Colocando o sapato do outro

Hoje, a palavra que ficou forte para mim foi DÚVIDA. Logo cedo, essa palavra me colocou para pensar…nesses tempos de violência extrema em que todas as atrocidades foram banalizadas e podemos assisti-las apenas ligando a TV ou, mais rápido ainda, conectadas a um celular, andamos com pressa e nem sequer olhamos as pessoas na rua, e mesmo sem querer, automaticamente, se alguém nos chama a atenção já temos um olhar julgador.

Há pouco tempo vindo pro trabalho, parei num sinal de trânsito e enquanto esperava, assisti   uma cena trivial nas ruas cariocas: um homem de uns quarenta anos observando, insistentemente, uma jovem menina muito bonita ao atravessarem a rua em direções opostas. Ela talvez nem tenha percebido, pois andava com pressa.

De repente fui tomada pelo sentimento da dúvida: será que esse homem podia apenas estar admirando a juventude e beleza da menina? Será que ele seria um possível agressor? As pessoas me julgam muito por eu caminhar usando uma cadeira de rodas, e na maioria das vezes, fico até mesmo invisível.  Bem, o sinal abriu e todos continuaram em seus caminhos, cada um com suas estórias, quem sabe assustadoras estórias, ou tão comuns como a minha, que estava simplesmente, fazendo o meu rotineiro caminho até o trabalho. Respirei fundo e guardei pra mim um outro pensamento para a prática do dia.

Por favor  em caso de dúvida, não julgue!

Por Beth Caetano




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