História de vida – Eduardo Mayr

Meu nome é Eduardo Savine Mayr, tenho 44 anos. Há 10 anos, fraturei meu pescoço em um mergulho na parte rasa de uma praia sem ondas em Angra dos Reis, fui socorrido pelos bombeiros e levado de helicóptero para o Rio onde fui recebido no Hospital Miguel Couto, entretanto, não tinham equipamento para me atender e fui transferido para o Hospital São Lucas, em Copacabana. 12 horas após o acidente fui operado, fiquei três dias no CTI e mais nove no hospital; depois que tive alta acabei ficando apenas três dias em casa para logo em seguida voar para Brasília rumo à Reabilitação no Hospital SARAH Kubitscheck, aonde permaneci por cinco meses.

Durante esse período, minha irmã Gabriella e minha prima Mônica, em busca do máximo de informações possíveis, descobriram o CVI-Rio instalado no estacionamento da PUC-RJ. Minha irmã passou a frequentar o curso oferecido na época sobre Lesão Medular, que era direcionado a cuidadores, familiares e aos próprios lesionados, uma iniciativa muito legal e importantíssima!

Eu mesmo quando retornei ao Rio de Janeiro após esses meses de reabilitação, participei do curso e lá aprendi muita coisa sobre o dia a dia de uma pessoa na minha condição, além da equipe do CVI-Rio que está sempre disposta a nos ajudar com o que for possível.

Durante minha reabilitação, conheci várias modalidades paradesportivas, algumas recreativas e outras de alto rendimento, e dentre elas o Rugby foi a qual me apaixonei. Isso aconteceu enquanto assistia um documentário sobre a modalidade, chamado MURDERBALL, que exibe muito bem o esporte em um momento em que os líderes da modalidade começaram a se alternar. Emocionante mesmo!

De volta ao Rio, seis meses após meu acidente, fui convidado para treinar Rugby em uma equipe chamada Guerreiros da Inclusão e nunca mais parei! Fui atleta da Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas de 2008 a 2010, Presidente da Associação Brasileira de Rugby CR de 2010 a 2014 e, hoje, jogo pela equipe SANTER RIO.

Em paralelo ao rugby, também voltei para a água como surfista. Como já que pego onda desde os meus 12 anos de idade, e após 2 anos de lesão, voltei a água, com o incentivo dos meus amigos e através do excelente Projeto ADAPTSURF, que ensina pessoas com deficiência a surfarem. Pratico sempre que posso e no final do ano passado fiz parte da primeira Delegação Brasileira de Surf Adaptado, que competiu no primeiro Adaptive International Surfing Tournament, em San Diego, na Califórnia. No segundo semestre deste ano terá a segunda edição da competição, a qual eu pretendo participar novamente.