Acessibilidade e funcionalidade

De como são feitas as coisas e as pessoas?

Movidas mais por nossas paixões, ou falta delas, do que por nossas ações, criamos espaços e situações tão intransponíveis para nossa mobilidade urbana, como escadarias, que são incompatíveis com a realidade de uma sociedade emergencial e cada vez mais cansada e envelhecida.

Talvez porque não nos sentimos satisfeitos no trabalho, no deslocar, na vida pessoal, no lazer ou prazer quase obrigatório, já previamente estabelecido e padronizado, que sei lá! Podem ser apenas algumas elucubrações feitas a partir de um olhar muito particular e egoísta centrado apenas no meu próprio e único ponto de vista, mas…

O mundo não recebe bem as diferenças, isso é unânime, mesmo sendo considerado burrice por Nelson Rodrigues. Ir de cadeira de rodas até qualquer lugar no Rio de Janeiro – mesmo tendo uma cadeira motorizada –  não significa de forma alguma autonomia e independência, pois a funcionalidade de um tetra, como eu, passa a ficar na conta de uma condição muito precária em relação ao transporte e mobiliário urbano. Que é surreal!

Implica em ter um super, mega bom humor, preparo físico, e muita, muita educação. Não existe paciência ou resiliência combinada com tolerância que faça com que o seu deslocamento deixe de ser um direito e vire uma gincana, em que quem leva o prêmio é o perdedor.

Continuo no próximo capítulo….

Por Beth Caetano