artigo5Enquanto os governos pedem para que os trabalhadores se mantenham confinados para evitar a propagação da pandemia do COVID-19, os escritórios físicos começam a fechar um após o outro e as empresas entram no maior experimento de trabalho em casa do mundo até o momento.

Os computadores dos funcionários começam a ser estocados, as salas de reuniões mudaram para videoconferências em tela compartilhada e os almoços em equipe sobrevivem na forma de canais, como whatsapp e telegram.

Para muitos funcionários, o trabalho remoto significa menos deslocamentos, uma nova realidade e novas preocupações, mas para a maioria dos empresários, que trabalham nos bastidores da transição, a mudança para o trabalho remoto está apenas no começo.

As empresas que não estão tão abaixo da linha de transformação digital, o trabalho tem sido mais tranquilo em coordenar remotamente as demandas de diferentes equipes, mas para as instituições que ainda estão “engatinhando” nesse processo, o “buraco” está bem mais fundo.

Principal desafio: computação em nuvem

O trabalho remoto exige, no mínimo, quatro ferramentas de comunicação que são os princípios absolutos para fluir. São eles: videoconferência, telefones, compartilhamento de arquivos e mensagens em equipe. Para isso, é necessário investimento em computação em nuvem.

Segundo pesquisa da Citrix, apenas 57% das empresas brasileiras adotam soluções de computação em nuvem para seus negócios e 74% afirmam que pretendem investir em tecnologias e integrar serviços e aplicativos a uma nuvem até 2021, mas isso ainda é uma previsão, e não uma realidade.

De acordo com um estudo de 2019 publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), era esperado que o Brasil crescesse 35,5% ao ano no mercado de nuvem pública, porém, uma parte das empresas brasileiras ainda não confia completamente na segurança deste modelo e teme ser dependente de um provedor de serviços. Eles veem a qualidade da infraestrutura de telecomunicações como uma limitação para a adoção de soluções baseadas em nuvem.

Segundo desafio: garantia de banda larga

Os assinantes de Internet de banda larga fixa no Brasil chegaram 14,88% em 2018, de acordo com a coleção de indicadores de desenvolvimento do Banco Mundial, compilada a partir de fontes oficialmente reconhecidas e disponíveis no site tradingeconomics.com. Embora não tenhamos novos relatórios, acreditamos que esse número não deve ter aumentado tanto. Assim, se considerarmos uma população de 211 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, significa que apenas 29 milhões de pessoas conseguem trabalhar remotamente com infraestrutura.

Seja qual for o tamanho da sua empresa, os funcionários precisam de muita banda larga em casa para todas as videoconferências e uploads de arquivos e, na verdade, para que o trabalho remoto aconteça de fato. Uma saída possível, é oferecer reembolso aos trabalhadores que precisam gastar dinheiro extra para permanecer conectados.

Terceiro desafio: a mudança cultural

Sua organização pode ter feito um ótimo trabalho ao configurar os laptops com as ferramentas apropriadas para o trabalho remoto, mas em muitos casos, o verdadeiro desafio será ajudar as pessoas a aproveitar, ao máximo, as ferramentas para trabalhar produtivamente. Disponibilizar a tecnologia é o primeiro passo, mas a troca só será efetiva se houver uma mudança cultural.

Aqueles que estão acostumados ao trabalho no escritório podem precisar de algumas orientações. Cabe ao responsável pela área dar esse suporte. A melhor coisa que podemos fazer é focar no envolvimento e na produtividade dos membros da equipe. Para superar isso, os funcionários precisam de um senso de estabilidade e direção antes de se tornarem produtivos.

O primeiro passo é aproveitar as ferramentas de comunicação para se envolver pessoalmente com cada membro da equipe e aumentar a conscientização sobre qualquer sinal de estresse ou distração; e então, ajudá-los a se concentrarem, por exemplo, usando atribuições claras e específicas com objetivos alcançáveis e de curto prazo.

Para terminar…

Como já dissemos em textos anteriores, a Covid-19 já mudou completamente nossas vidas. Sabemos que esse momento tem sido desafiante para as direções das empresas brasileiras e que, a cada dia, surgem situações nunca vividas anteriormente, como, por exemplo, aumento nas solicitações de suporte de laptops, segurança da informação, picos repentinos no uso da nuvem e muitos outros.

É necessário garantir que a infraestrutura principal da sua organização esteja pronta para lidar com a mudança para o trabalho remoto, mas também, é provável que a urgência e a pressão da criação de equipes remotas tenham alterado suas prioridades.

Para ajudá-lo a manter o rumo da sua empresa no caminho certo, enquanto você preserva sua sanidade, ajuste seu orçamento as necessidades mais importantes e siga em frente sabendo que esse é um caminho sem volta.

Fontes: Computerworld
Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
tradingeconomics.com
gettingthedealthrough.com

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