cadeiras-na-quadraPara ninguém ficar parado! Esse é o título da matéria do Globo Barra que você pode ler na íntegra abaixo:

Conheça programas de atividades físicas voltados especificamente para pessoas com deficiência na região; inclusão é a principal meta. O esporte beneficia a saúde, traz autoconhecimento e é também uma ótima ferramenta de socialização para pessoas com deficiência. Diferentes espaços da região apostam nessa ideia e têm aberto suas portas para aulas voltadas exclusivamente para este público. No mês em que se celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, 

O GLOBO-Barra fez uma seleção de iniciativas deste tipo.

O Projeto Cadeiras na Quadra, que oferece aulas de tênis para cadeirantes, é o mais novodeles. Aprimei- raturma na Barra foi formada no mês passado, no Marina Barra Clube, replicando o que já acontece há dez anos em Niterói. A dinâmica de jogo é praticamente a mesma dos jogos tradicionais, mas a bola po- de quicar até duas vezes,antes de ser rebatida.

A prioridade é que o esporte seja um integrador, um socializador. Quando veem uma pessoa cadeiran- te jogando tênis, outras podem se interessar em conhecê-la. Por isso estar num clube desse porte é im- portante — afirma José Carlos Morais, idealizador do projeto e precursor do tênis em cadeira de rodas   no Brasil. — A partir da visibilidade trabalha-se a inclusão. Talvez o tênis seja o esporte mais inclusivo, por permitir um jogo entre um cadeirante e uma pessoa que não é. A quadra é exatamente igual, assim como a contagem dos pontos.

O projeto é oferecido gratuitamente às quartas e sextas-feiras, das 13h às 15h. Para participar, a única condição se aplica aos menores de 18 anos, que precisam estar na escola. Os participantes podem usar cadeiras e raquetes cedidas pela própria iniciativa. Morais ficou paraplégico há 47 anos, após levar um tiro num assalto, e diz que a maioria dos alunos é formada por adultos vítimas de violência e crianças com deficiência congênita. O exemplo do professor anima os novos tenistas: Morais coleciona mundiais e já disputou três paralimpíadas.

O primeiro jogo de Adriana Oliveira, uma de suas alunas no Marina, foi numa quadra de basquete. Ela começou a praticar esportes aos 11 anos, após sofrer um acidente que a deixou em cadeira de rodas. A dedicação rendeu a entrada num time da Califórnia, nos Estados Unidos, 14 anos depois. De volta ao Brasil no ano passado, Adriana, hoje com 54 anos, buscava um substituto para o basquete, que se tornou cansativo demais para ela. O convite para o projeto veio de Morais, com quem já tinha feito clínicas de tênis.

Embora animada, Adriana ficou surpresa ao ver que, nas duas primeiras semanas de aula, o número de participantes chegou a 12, muitos deles jovens:

— Quando conquistei minha independência no esporte, eu me tornei mais forte; minha confiança e mi- nha autoestima aumentaram. Conseguitudoporquemeesforcei. Antes do acidente, eu era muito quieta, tímida, não andavanemdebicicleta.Parte da recuperação vem do exercício, e ele me ajudou muito na in- clusão.

A academia Acqua Fitness, no Recreio, também tem atendimento especial para pessoas com deficiência, autistas e portadoras de diferentes síndromes.

A hidroterapia é mais procurada para o tratamento de crianças com algum comprometimento físico, e o trabalho costuma ser individualizado. A natação e a musculação têm mais jovens e adultos. Antonio Santos, professor de educação física e diretor da Acqua Fitness, conta que estimula atendimentos em grupo, para que haja troca de experiências:

—Fazemos o máximo para incluir as crianças nas turmas. Um dos alunos, que tem síndrome de Down e está com 19 anos, começou aqui bebê. Hoje ele escreve, trabalha, nada e faz dança.

Fisioterapeutas e professores reavaliam continuamente o programa de reabilitação de cada aluno, de acordo com seu desenvolvimento. Buscam-se tanto ganhos físicos, como mais tonicidade e resistência muscular, como oferecer conforto e alívio.

—Há crianças com paralisiacerebralquegostamdeestar na água porque relaxam. Vemos algumas se ex- pressarem só através do olhar. Antigamente, essas pessoas eram escondidas. Agora, buscamos a integra- ção delas na sociedade —conta Santos, que também oferece 30 vagas para crianças com deficiência num projeto social voltado paracomunidadespróximas, como o Terreirão.




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