E ele chegou!

Inspiração embaixo de 40 graus parecendo 50, não deixa a cidade maravilhosa menos bonita, mas que fica bem difícil lá, isso fica. Existe um estado letárgico no ar. Uma nuvem de neurônios voando sobre nossas cabeças, como se fossem mosquitos prestes a atacar. No caso a mordida não daria coceira, mas sim uma determinação para trazer ao papel, algumas palavras de ânimo para enfrentarmos o verão escaldante.

Dizem que carioca odeia dias nublados e sinais fechados, mas tem aqueles que adoram reclamar de tudo.  Se está sol e esquenta demais, correm para cachoeira do horto e descobrem que nem dentro da floresta a estação está dando refresco. Não está mesmo não! Os banhos noturnos no Arpoador são deliciosos de ver, mas mergulhar numa sala com o computador ligado dá uma preguiça boa, e aí a gente tem vontade de ver as águas de cores caribenhas através do jornal local. Essa é uma cidade que convida a começar bem o ano novo.

Mesmo sabendo de tanta crise, de tanta dificuldade, ficamos extasiados quando acordamos com tanta luz e cores deliciosamente convidativas para ser mais feliz do que triste. Gosto de sentir a velocidade da minha cadeira motorizada enquanto o vento espalha meu cabelo, dar uma volta na lagoa de graça e deixar o sol arder a pele, ouvir os sons da vegetação que beira toda a orla e traz seus pássaros que misturam seus cantos com motores e buzinas.

Até quem não está de férias ou quem já voltou do recesso tem um sorriso com jeito de maresia e sal, um jeito de sorrir pra vida como se estivesse eternamente de férias. Realmente quando ouço todos os idiomas que se espremem entre a lagoa, o mar e nossas montanhas, vejo que todos já foram contaminados pela maneira carioca de ser. É como se tivéssemos apenas duas opções nesta época: viver este clima animado de verão e trazer uma expressão de felicidade, de sol ardido misturado com vento, ou, nos metermos nas sombras da floresta enfiando a cabeça embaixo da água barulhenta, da mais carioca das cachoeiras. Bom, pode dar aquela preguiça também, e nos atirarmos no sofá com o ar ligado nos 17 graus e esperar para o jornal terminar com aquela imagem dos dois irmãos estáticos observando nossas águas caribenhas.

E eu, seja qual for a minha escolha, de uma coisa eu tenho certeza, só não posso esquecer de deixar minha cadeira sempre carregada, porque esse 2017 promete.

Por Beth Caetano




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