tuntun_jf_celtics

Duas vezes por semana, Evanderson de Oliveira Souza coloca o uniforme de treino e se reúne com outros garotos de 11 anos  na quadra do Sport Club para treinar  basquete por meio do projeto desenvolvido pelo JF Celtics. A rotina é a mesma dos outros colegas de equipe. O que muda para Evaderson é que estar no local não passava na sua cabeça há pouco mais de dois anos. Vítima de um acidente de trânsito, ele perdeu o braço esquerdo e jamais imaginou que poderia praticar um esporte que usa os membros superiores para alcançar os objetivos do jogo. “No início, eu achei meio estranho. Eu, com um braço só, os outros com dois… Pensei que não conseguia” lembrou o menino.

Mas ele conseguiu. Tuntun, como é chamado pelos colegas, conheceu o esporte em um dos núcleos do projeto, no Instituto Jesus, em Juiz de Fora, e se destacou nas aulas de minibasquete – adaptação da modalidade para jogadores com até 12 anos e que tem medidas de aros diferentes do padrão adulto. Com o olhar técnico, a treinadora Fernanda Silveira foi quem viu em Tuntun o potencial para o esporte, independentemente das condições física do garoto. “Ele é muito esperto. É daqueles meninos que pegam as coisas muito rápido. A gente viu que ele começou a se desenvolver e trouxe ele para equipe” comentou.

Na rotina de treinos, ele é mais um da equipe, com um diferencial que serve de inspiração, como analisou o treinador Walter Monteiro. “Ele se destaca pela vontade, por querer fazer as coisas mais perfeitas, uma determinação de querer acertar. Faz todas as atividades normalmente, não tem diferença para nenhum dos garotos. Se tiver que levar bronca, ele vai levar como todo mundo” disse o treinador. Convivendo com a diferença e descobrindo os potenciais, Tuntun mostra aos colegas que, na quadra, todo mundo se comporta como jogador de basquete. “Eu acho que não tem nenhuma diferença, nenhuma dificuldade com o braço dele. Ele é igual todo mundo, leva pancada igual a mim, tem que marcar, tem que ir pra cesta” disse João Pedro de Oliveira, que também treina minibasquete.

Com a nova rotina, a família entendeu e apoia a vontade de Tuntun de melhorar no esporte. Palavra de quem o conhece desde pequeno: a mãe, Rose Oliveira, sempre que pode está na arquibancada, “corujando” o atleta que tem em casa. “Gosto de acompanhar porque eu acredito no  potencial dele. Acredito que um dia possa ser um atleta de verdade!” afirmou. Após descobrir e trabalhar este talento, não é que Tuntun mudou a resposta para a tradicional pergunta “O que você quer ser quando crescer?” “Eu queria ser bombeiro, mas agora que me apresentaram o basquete, quero ser “basquetista”. Quero ser jogador de basquete” garantiu Tuntun.

Fonte: Globo Esporte 




Deixar uma Resposta

Você precisa estar logado para postar um comentário.